Para acabar com as especulações

Os meses que antecedem uma Copa do Mundo ou uma Eurocopa sempre são meses de especulações, e quem nunca ouviu aquela eterna especulação "Agora a Espanha vai!", pois é, estamos há 62 dias do início da Eurocopa, que será sediada em conjunto por Áustria e Suíça, e a fúria espanhola, que não coloca medo em ninguém, já está sendo apontada como uma das candidatas ao título.
Confesso, até tenho uma simpatia pela seleção espanhola, mas entendo que eles precisam realizar algo significante em competições como a Euro ou a Copa para merecer tantas credenciais nos meses que antecedem um campeonato desses.
Desde que passei a acompanhar futebol, vi a Espanha em quatro Copas do Mundo e três Eurocopas, e em todas essas competições a tal "fúria" não passou de uma simples coadjuvante não obtendo resultado expressivo em nenhuma ocasião. Tá certo que no Mundial de 2002, ela foi vítima de um episódio muito triste na história das Copas, sendo claramente prejudicada na partida das quartas de final contra os sul-coreanos. (http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2002/020622_espcordtlpp.shtml)
O fato da seleção espanhola ser tão badalada deve-se ao país possuir um campeonato de clubes muito forte, onde várias estrelas do futebol mundial estão espalhadas pelas mais variadas equipes que compõem a Liga Espanhola.
E é justamente esse o problema da Espanha, o grande número de jogadores estrangeiros atuando no país, que impede que os clubes revelem jogadores jovens que possam fazer da seleção uma forte equipe.
Analisando o plantel do Barcelona, grande clube espanhol, pude ver que o time é composto por 24 jogadores e 15 deles são estrangeiros, ou seja, mais da metade de um clube de tradição do país não pode servir a seleção nacional. Esse é um problema que a RFEF (Real Federación Española de Fútbol) vem buscando soluções há anos e nada acontece, já estudaram até a possibilidade de acabar com os jogadores estrangeiros atuando no país, mas sempre esbarram na pressão dos clubes, que investem milhões e se recusam a aceitar uma medida dessas.
Um caso curioso para essa invasão de estrangeiros na Espanha podemos encontrar dentro da própria seleção. Lá temos o volante brasileiro Marcos Senna, um jogador esforçado que caso tivesse seguido sua vida no futebol brasileiro, talvez nem tivesse espaço em um grande clube do eixo Rio-SP, mas ao mudar-se para o país do velho continente virou ídolo e integrante do grupo que esteve no Mundial da Alemanha, em 2006. (http://www.meionorte.com/noticias,Marcos-Senna-e-convocado-para-defender-a-Espanha,11847.html)
Atualmente a seleção Espanhola ocupa a quarta colocação do ranking da FIFA, mas não me perguntem as razões para ocuparem está colocação, essa é uma resposta que só Joseph Blatter saberia nos responder.
Para o início da Euro 2008, as expectativas da fúria não eram animadoras, até a última partida amistosa contra os italianos, onde derrotaram os campeões mundiais pelo placar de 1 a 0. Esse resultado foi o suficiente para encher torcedores e jornalistas espanhóis de ânimo e de esperanças para a conquista da segunda Eurocopa da sua história, título já conquistado uma vez no ano de 1964 disputado na própria Espanha onde derrotaram na decisão a URSS pelo placar de 2 a 1.
A seleção que tem a missão de reconquistar a Europa após 44 anos, tem como principais jogadores os jovens Fernando Torres, Cesc Fabregas, Xabi Alonso e os experientes Raul e Morientes.
A Espanha está no grupo D da Euro 2008, ao lado de Grécia, atual campeã, Suécia e Rússia. Espera-se que a "Furia Espanhola" não tenha grandes dificuldades e consiga obter sua classificação para a fase seguinte, mantendo o vivo o sonho de mostrar a todos os motivos de ser conhecida como a toda poderosa "Furia Espanhola".